Movimento Armorial

Ariano é o criador do “Movimento Armorial”, que teve início da década de 70. Uma época marcada pelo início da “industrialização” da comunicação do Brasil, pela repressão política imposta pelo regime militar e pelo surgimento do Tropicalismo – uma tendência avessa ao Movimento. A iniciativa busca ir contra ao ritmo industrial imposto por essa cultura de consumo, em que tenta colocar um tempo cultural acelerado. “O Movimento Armorial pretende realizar uma arte brasileira erudita, a partir das raízes populares da nossa cultura” afirma o criador.

No livro “Pequena História da Música”, de Mário de Andrade, o autor relata em sua pesquisa o cenário da música erudita brasileira no período da República Velha, tal análise se encaixa perfeitamente nos dias atuais. “O virtuose estrangeiro que aparece aqui, no geral se limita a mostrar obras com sucesso garantido, isto é, as velhas já tradicionalizadas no gosto do público. Não há luta, não há ideal, não há interesse artístico (...)”.

O Movimento Armorial tem como objetivo não deixar que a cultura brasileira se massifique e vulgarize. Em uma de suas aulas espetáculos Suassuna diz que até o nome dado tem um significado – Na língua portuguesa “Armorial” é um substantivo e significa “livro de onde vem registrado os brasões”, mas o idealizador do Movimento passa a empregá-lo como adjetivo por sua beleza e por estar ligado aos esmaltes Heráldica, que são puros limpos e nítidos. Além da música, o Movimento se enquadra na pintura, na cerâmica, na tapeçaria, na escultura, na gravura, no teatro, no cinema, na dança e por ai vai...